sexta-feira, 24 de dezembro de 2010


Pequena crônica das minhas lembranças natalinas


Estava eu aqui, ouvindo e vendo A-Ha e tomando minha vodka com suco de laranja (um Hi-fi falsificado pois o suco é de garrafinha) e então pensando, vagando, devaneando pensei: hoje é natal! Assim, como se isso não fosse algo extremamente óbvio. Então percebi que nunca escrevi nada sobre datas comemorativas, uma coisa que eu sei “não infrói nem contribói”, mas... Portanto resolvi escrever algo sobre o Natal.

A primeira referência de minha mente é para a religião católica, lembro-me dos infindos filmes que passavam (não sei bem ao certo se ainda passam, não costumo mais ver TV), nos canais abertos, todo final de ano, só não sendo pior que na Semana Santa. Depois, me recordo das árvores de natal, os enfeites iluminados e dos pisca-piscas (é mesmo assim que se escreve seu plural?). Uma coisa que realmente gosto muito são as luzes do natal, imagino a cidade inteira na escuridão apenas com as luzes das árvores e enfeites acesos, seria um monumento aos meus olhos.

Lembro-me de Papai Noel, aquele bom velhinho que normalmente é representado por um gordo que não é gordo, um velho que não é velho, com uma barba que não é barba. Sério mesmo, eu vejo os papais Noeis e fico pensando em como se acredita naquilo, é tão óbvio que é falso. Mas enfim, confesso que não recordo bem do meu relacionamento com ele enquanto criança. Algo a ser perguntado à minha mãe.

Bem, em sequência me lembro de duas situações da minha infância. A primeira era quando fui evangélica. Sim, eu sei, ninguém acredita, mas eu fui sim, nos primórdios da minha infância. A igreja? Adventista do 7o dia, dá pra tu? Enfim, o que me lembra dessa época são as festas que lá haviam, muito legais por sinal. Muita comida, gente conversando potoca, uns gatinhos...

Em segundo lugar, me lembra que qualquer data comemorativa me era especial porque nela havia roupa nova – não sei se acontece com toda criança, mas para mim vestir roupa nova era praticamente um orgasmo. E depois, eram dias de ver o dia nascer acordada, de sair, de dançar e de tomar o meu champanhe de todo final de ano. Ninguém na minha casa curtia muito ele, e eu sempre adorei, logo, quem tomava praticamente toda a garrafa era quem? Quem? Pois é, eu tinha a graça.

Ahh como eu almejava dias assim, acordava toda animada rezando para a noite chegar, para o champanhe ser aberto, pra encontrar meus amigos e passear no bairro, comer e dançar. Nossa, dançávamos muito, pena que se eu disser que tipo de música a minha ficha ficará suja, logo, nem perguntem.

Depois de algum tempo, já na minha adolescência, fiquei então sabendo do fato de que o natal, como o conhecemos, cristão, na verdade possuí muitos traços e derivações do paganismo. Achei interessantíssimo, afinal, nessa época minha fé cristã meio que já havia se dissipado um bocado. Infelizmente minhas lembranças pagãs estão um pouco apagadas, pois esse é o preço que se paga por essa vida conturbada, cosmopolita e material que levamos no dia a dia.

Mas enfim, uma observada rápida por costumes natalinos comuns nos faz perceber que essa ligação é real. A começar pelos enfeites, como a guirlanda e árvores de natal. Quer coisa mais natural que folhas e árvores? Óbvio que isso surgiu do paganismo, o catolicismo venera ouro e prata em uma construção gigantesca e material, cujo nome eles deram de igreja. O culto a natureza é oriundo dos povos pagãos, que viviam e dependiam da terra para sua sobrevivência, e então a cultuavam e observavam.

Sabemos que a anos-luz antes do nascimento de “Jesus 'Krihsna'” - como disse uma amiga minha quando um pouco alcoolizada – já havia natureza e povos que estavam diretamente ligados à terra e dependiam de colheitas para garantir sua vida, sua alimentação. Povos que observavam quando nascia e se punha o sol, quando as estações mudavam e pressentiam suas alterações. Indivíduos que possuíam uma ligação com a vida, com o cilo eterno de morte-vida como não conseguimos mais. Perdemos um bocadão da nossa essência animal.

Apesar de todas essas referências/lembranças da época natalina, ainda assim acho um data melancólica. Na verdade, praticamente sinto isso com relação à todas as datas festivas. Com exceção de juninas, que, nossa!, é bem animada mesmo. Interessante como as coisas mudam, como nós, seres humanos estamos em constante e diária mutação. Quando criança, as datas comemorativas me eram esperadas com ânimo, ansiedade, enquanto hoje, que tenho noites mal dormidas, bebidas mal digeridas, tudo à vontade, me são tão desanimadas.

Antes do dia fico sempre down, não consigo sentir alegria, exceto quando vejo as luzes da cidade, piscando, piscando, piscando... É, escrever foi um ótimo passatempo enquanto eu degustava o mísero resto de vodka, mas eis que a hora de ir se aproxima. Além é claro, do fato de as letras digitadas não condizerem mais com as palavras que eu quero escrever. Putz! Meio tarde já, acredito que chegarei atrasada ao meu destino.

Bom natal a todos!


Flor de Lótus
25/12/10

sábado, 18 de dezembro de 2010

A Volatilidade dos sentimentos


Não que todos cujo um - ou no caso vários - dias da minha vida tenha sido parte fundamental da mesma, estejam todos ao meu redor ou de alguma forma ainda ligados à minha pessoa, mas, os que realmente foram íntimos, de alguma forma, em algum momento, sempre por mim são lembrados (tanto homens como mulheres, que fique claro que minha inquietação sobrevoa ambos os seres, observando a importância destes enquanto seres humanos e não enquanto gênero).

Assistindo um filme nessa tarde (Três formas e amar), no final do mesmo uma das personagens principais refletia sobre os acontecimentos pelos quais havia passado, e as pessoas que com ele dividiu-os, e ele questionava-se: 'como uma pessoa pode ser tão importante para outra num dia, e simplesmente desaparecer no outro?'. Incrivelmente eu pensava no 'tema' já a alguns dias me preparando para escrever algo sobre, então a vontade me saltou dos entranhas e a exponho aqui nesta tarde ensolarada, tomando meu velho vinho gelado ao som do acústico de Engenheiros do Hawaii.

Muitas vezes, ouvindo meu mp3, pegando aquele velho ônibus que faz um tour por parte de Maceió antes de chegar em minha residência, eu penso muito, muito e muito. Eu me indago, eu me exponho, eu me inquieto e me observo: me descubro. Dentre esses questionamentos está esse de como as pessoas ontem imprescindíveis para sua respiração simplesmente continuar, são hoje tão insignificantes, esquecíveis, desnecessários.

Claro, como já disse antes: há situações e situações. Quando lidamos com pessoas, a maleabilidade, inconstância e flexibilidade parecem ser de extrema importância e necessidade, logo, um caso pode não se adequar ao outro. Isto acaba de nos gerar outra pergunta: de que forma a relação se iniciou e o motivo de seu fim.

Primeiro, há situações onde as pessoas com as quais você convive tornam-se imprescindíveis pelo fato de tudo que traz ao seu mundo, tanto de bom quanto de mau, sendo estas situações saudáveis, onde a sensação é tão prazerosa que nos faz achar ser para sempre. Há situações, onde o 'para sempre' se finda por motivos externos e inimagináveis, mas ainda assim, saudáveis.

Há as pessoas que sabemos pertencerão ao nosso círculo íntimo por tempo determinado, seja pela situação apresentada, seja pela intuição, mas estas, sabemos ter algo de bom para nos contribuir e bons momentos para dividir e somar. Dentre essas, outras mais podem se apresentar, mas todas com boas intenções, pessoas que vão e vem, porque assim a vida é: uma eterna Roda Viva, como diria Chico Buarque.

Diferenciam-se esses casos, dos quais pessoas aproveitando-se de sua bela aparência e dom da retórica infiltram-se nas vidas alheias, com toda sua 'lábia' e de repente, quando tudo parece estar se fixando, quando a tatuagem parece estar perdendo a pele morta, simplesmente ela por completo começa a descascar.

Essas pessoas em especial me causam certa estranheza, dúvida, tristeza até. Não sei se posso confiar em pessoas que tratam as outras como objetos inválidos, temporários na pior forma. Alguma vez na minha vida alguém falou que o que cercava o relacionamento humano era o interesse. Isso não é de todo mentiroso, muito pelo contrário, torna-se totalmente fatídico se por um mísero minuto for analisado. Mas isso é assunto de outra discussão, quem sabe em breve. Mas, levando em consideração essa afirmativa, ainda assim, as pessoas não podem simplesmente cortar o passado como se corta um fio de cabelo, afinal de contas, ainda que assim seja feito, ele continua a crescer.

Eu entendo que algumas pessoas 'ficam para trás', mas que seus 'ensinamentos' permanecem, mas não consigo aceitar o fato de que indivíduos antes tão unos, possam ser tão díspares, opostos e possuam quase que uma antipatia natural. Não consigo digerir que essas pessoas não se olhem de forma serena, boa, simples que sejam, mas que simplesmente saibam que a outra ainda existe, e tenha com ela o mínimo de empatia. Que suas presenças recordem aprendizado e ao menos amizade, carinho, respeito.

Independente de como o relacionamento se inicie, a afastamento é sempre uma pena, mas a forma, motivo e a sequência dele pode passar além da penosidade. Há pessoas que adicionam e excluem pessoas de seu convívio íntimo como se as mesmas fossem apenas um rosto no orkut, e não necessitam necessariamente de bons motivos para essa atitude. Creio que essas pessoas são confusas, e precisam confundir outros para se perceber assim, então apenas depois de ter causado ao outro aquilo que sentia, conseguem então se compreender.

Acredito que todos possuem um alguém, ou alguns alguéns com quem realmente a relação ainda que 'colegável' se torna impossível por situações que ocorreram, mas, até o fato de estas situações terem ocorrido, se oriundas de pessoas que tanto se gostavam, nos dá uma sensação de solidão, vazio, volatilidade, como se soubéssemos que todo encontro um dia vai se findar, que a tampa será aberta, e sem que percebamos simplesmente se extinguirá.



Flor de Lótus
01/12/10

quinta-feira, 18 de novembro de 2010


Porque só "o" momento é real...


Parte 1

Como poderia iniciar esta história? Bem, vamos ao começo, pelo começo. Espero que seja o suficiente para me fazer entendida. Assim como faço votos de que as lembranças sejam-me alvas, objetivas, e não causem-lhe asco, visto desejar sua leitura até o final. Final este, um tanto longínquo.


"Buscava aventura, sentia minha vida estagnada, meus dias repetitivos, minhas emoções monótonas, desconstruídas e insignificantes. Não podia conceber a existência dessa forma tão ignóbil, insalubre, incompleta, ainda que por momentos meros e contados precisava ser mais que eu, ser mais alguém, no sentido mais puro de adição. Podia ser mais 'alguéns', eu não era tão exigente assim, não buscava um amor mas uma aventura, algo que provasse que estava viva, que me causasse ânsia, tremores, desejo, paixão, volúpia.

Sou mais que uma mulher qualquer, meu instinto feminino é quase que animalesco, bravo, perverso, carnal e apenas envolto nessa necessidade de sentir, tocar, provar, degustar. Mas, houve uma época em que havia em mim apenas uma donzela, em busca de sentimentos puros, animismo.

É verdade que em uma mulher nunca extingui-se completamente o desejo incontrolável de encontrar sua Outra Parte, mas, isso me era quase que esquecível. Estava livre, nunca havia estado tão liberta, minhas ações não tinham limites, mas tinham alvos, a caça estava apenas começando, e acredite, se os machos soubessem do meu cio, com certeza buscariam por mim, antes mesmo de eu miar.

Primeiramente a roupa, era necessário estar à altura de toda minha gana, exteriorizar essa alma conturbada, nada como um vestido colado, com os contornos do meu corpo sendo detalhadamente expressos. Uma bota, salto alto, corpo ereto, demonstrando superioridade: homens adoram mulheres fatais, superiores, individualistas, que demonstram o comando. Mas claro, apenas depois de saber – ou achar – que ele foi quem a atraiu, onde sabemos que, um homem sempre é o atraído.

Independente de qual seja a situação é a fêmea quem sempre o escolhe, ainda que não fique claro o suficiente, afinal, foi o cheiro dela, o feromônio de seu físico que o atraiu a distância. A noite estava apenas para começar, Bonne Journée por moi.

A dança sempre me atraiu, a forma com que poderia haver o entrosamento de forma tão perfeita, os corpos em movimento, fundindo-se entre os hormônios, suores, fluídos. Encontrei a isca, foi apenas jogar o anzol: um olhar, uma leve despistada com uma desaparecida, outra repentina apresentação, outro olhar, um riso, um gesto intuitivo.

Ele tinha os olhos de ônix, daquele negro escuro, quase que inexistente. Seus lábios eram de tamanhos médios, tinha um riso dócil, parecia ser suave, ter uma alma sensível. Seus cabelos eram escuros, um pouco encaracolados, mas em comprimento que me permitiriam emaranhá-los por entre meus dedos. Sua pele morena, quase negra, altura perfeita: o suficiente para que minha boca alcançasse a sua.

Eu estava sozinha, ao menos até então; ele, estava com amigos, talvez alguém mais que isso, mas, parecia 'estar sozinho', ao menos no sentido que me interessava. Apesar de que, um ménage a trois não seria tão má ideia.

Persegui-o durante a noite, observando seus gestos, sua maneira de mexer-se, de relacionar-se com seus amigos, fazendo com que ele percebesse o quanto havia me despertado. Umas três ou quatro caipiroscas... e estava no ponto. Resolvi me enfiar no salão de dança, mostrar meu potencial, aproximar-me daquele corpo masculino que dançava ao som de um psy. Apesar do álcool ingerido, minha boca estava seca, precisava de saliva.

A música nos embalava separadamente, meus amigos já haviam chegado, havia um que se interessava em mim, mas não, ele era apenas um bom amigo, e eu nunca misturo trabalho com sentimento. Estávamos enfim tão próximos, e nossos corpos finalmente tocaram-se, nossas costas estavam em fricção, deixando minha pele ainda mais quente que antes, eu fechava os olhos e imaginava suas mãos ao redor de mim, subindo pela minha cintura e tocando meus seios. Não usava soutien, eles estavam livres e rijos, prontos para o toque daquelas mãos másculas.

Não houve um contato mais íntimo durante toda aquela noite, tornamo-nos amigos, dançamos o resto da noite, saímos com os amigos dele: o show terminou, mas a noite continuava. Conheci as pessoas, eram libertárias, libertinas, descobri que ele era poligâmico, bissexual, e aquilo parecia perfeito - naquele momento ao menos.
Na casa do seu amigo, pudemos nos conhecer melhor, mas não era o que eu buscava, eu queria literalmente ser um animal, de preferência matar o macho depois da cópula. Porém, ele tinha uma doçura, que não me permitira ser tão vulgar como desejava. Se eu o desejasse, ele muito provavelmente não teria aparecido.

Passamos a nos ver durante os finais de semana: shows, festas, teatro, boates. Virávamos a noite com seus – que tornaram-se então também meus – amigos, e íamos para sua casa na madrugada. Nossa primeira troca de saliva fora duas semanas depois do primeiro encontro visual. Estávamos na sua casa, ele havia me convidado para conhecer sua casa, sua mãe, sua irmã, disse-me que queria ver as estrelas enquanto tomava um vinho e que me mostraria suas poesias. Como uma mulher pode negar um pedido desse a um homem como aquele?

Chegando em sua casa, ele levou-me ao seu quarto, pediu para que eu fechasse os olhos enquanto cobria-os com suas mãos, e apenas depois de ter entrado ele permitiu que eu os abrisse, então vi as estrelas no teto.

Não havia som algum, apenas o do meu riso. Pude de alguma forma avistar sua face, e o brilho dos seus negros olhos arredondados, observando-me com decepção quando falei que já imaginava que as estrelas as quais ele havia comentado, estavam no teto do seu quarto. Ele deu aquele riso de menino amarelo extremamente sensual e eu não pude não me excitar.

Ficamos paralisados olhando um para o outro, após os risos terem cessado cada um esperando do outro a ação, a atitude, que parecia não vir. Eu estava viva, sentia meu sangue circulando por todo meu corpo, estava ansiosa, nervosa, desejosa daquele homem. Estava em uma situação feérica, erótica. Começamos então a dançar sem música, nossos braços estavam entrelaçados, nossos rostos aproximavam-se cada vez mais, pouco a pouco, sentíamos nossas respirações encontrando-se, nossa pele uma na outra, a proximidade cada vez menor, maior... até o contato de nossos lábios.

Fazíamos finalmente parte um do outro, enfim éramos mais que olhos se cruzando, éramos fluídos sendo trocados, e o primeiro beijo tornou-se em vários outros, cada vez mais íntimos, violentos, completos. Sua saliva, seus lábios, seus dentes, suas mordidas, estava tão excitada que não permitia ultrapassar esse limite, com receio da perda desta sensação. Se aquilo não significasse vida, nada mais o seria, nada mais me poria à certeza da existência na terra.

Nessa mesma noite fomos à um show de música regional, dançamos muito, ele se destacava, algumas garotas também o desejavam, outras até tinham ciúmes, inveja, pois eu estava acompanhada dele, mas ele era meu, ao menos naquele dia, nos últimos dias.

Mas eu também era desejada, um amigo nosso tentou me beijar, eu poderia deixar, mas estava por demais completa e inteiramente ligada às sensações que ele me permitia. Ao término do show, das danças, dos toques entre nossos corpos, dos beijos banhados ao gosto do vinho barato e dos cigarros, fomos mais uma vez à sua casa, mas dessa vez, as coisas seriam diferentes.

Estávamos banhados pelo desejo, Baco se encarregou de tornar-nos animalescos e nosso desejo de unir nossos sexos nos sobrepujou a alma, éramos apenas corpo agora. Primeiro nos atracamos em seu quarto, mas um amigo também dormiria lá, então tivemos que ser mais cuidadosos. Ainda enquanto estávamos no quarto, não pudemos limitar nossa tara, nos beijávamos, seus dedos percorriam meu corpo, massageavam meus seios, desciam para minha yone, enquanto minha mão excitava seu lingan. Nossos gemidos eram abafados pelo lençol, tivemos que sair do quarto para não acordarmos sua irmã e seu amigo.

Na sala o sofá parecia pequeno, sua mãe se acordou então seguimos para a área, e o desejo parecia crescer. Tiramos parte de nossas roupas, pudemos avistar mais do que nos havia sido dado direito até então. Fomos ao primeiro andar, havia um quarto vazio, cheio de trecos, coisas sem importância, apenas uma cama de casal semi-nova, poeira, móveis antigos e desgastados pelo tempo. Havia um som antigo, ele o ligou e pôs música clássica, jamais poderia imaginar o quanto seria excitante, erótico, exótico.

Nossas roupas foram sendo retiradas com volúpia, violência, rapidez, necessidade. Estávamos então na cama, nosso ninho, encontraria o que saí naquela, não tão longínqua, noite à procura. Eu o senti em mim, seu corpo dançava conforme nossos movimentos, ouvia sua voz, seus gemidos, dor, prazer, o coito. Sua docilidade parecia ter se esvaído, era um macho, animalesco e bruto, seguindo sua fêmea no cio, a busca de algo que preenchesse seu vazio.

As sensações são inomináveis, nossos corpos unos, nossas almas pareciam agora estarem amarradas. A espera, a paquera, o amadurecimento até o momento, fez parecer que já nos conhecíamos, já estávamos de alguma forma interligados, essa foi a conclusão, o fechamento, o grand finale.

Após termos experimentado o prazer carnal, íamos agora provar o da alma. Ele mostrou-me seus poemas. Havia vários, lindos, dóceis, profundos, passamos a madrugada lendo-os. Depois, fomos jogar paciência: acredite se quiser. Outras noites semelhantes houveram, depois das nossas saídas noturnas. Vivíamos o momento como último: bebendo, fumando, dançando, amando no momento, nos apaixonando à cada novo convívio, nova diversão, novo contato, novo sexo."

Depois de conseguir enfim o que me satisfez, seu corpo já não me era suficiente, ao menos não apenas ele, passei a precisar de novos corpos, novos cheiros, novas aventuras, uma vida diferente da diferente que tinha então. Acreditava que o interessante de conhecer várias pessoas seria o fato de participar de novas vidas, de forma a adquirir novos conhecimentos, novos hábitos. Sentia necessidade de algo mais diurno, as noites me pareciam por demais sonolentas, não estava mais conseguindo me excitar apenas à luz da lua e o frio da madrugada banhada à vinho. Precisava de outro corpo, outra isca, outro alimento.


Flor de Lótus
Julho 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010


Eu mesma


Arranco os pedaços de mim mesma
Na esperança desiludida
Que não permita assim que outra pessoa o faça.

Meus tecidos recuperam-se com rapidez insatisfatória
Buscava ficar incompleta por um pouco mais de tempo
Ao menos até eu mesma sentir minha falta.

Queria suportar a dor de ser apenas eu mesma
Mas me parece muito insignificante
Ser tão pouco em um lugar tão grande.

E se eu posso ser mais que eu mesma
Ou ser eu mesma de forma maior e mais marcante
Me desculpe, mas não posso dizer que não.

Posso dormir e acordar todos os dias
Mas minha vida não será minha
Se existir apenas para mim mesma.


Flor de Lótus
21/07/10

Minha Vida


Estou lhe dando minha vida
Espero que faça bom proveito dela
Cuidando como se sua fosse,
Porque desde então
É assim que eu a sinto.

Quero então viver
Para poder vê-lo e senti-lo,
Matando toda essa abstinência
Que sua química me causa
E em mim faz falta.

E assim eu quero que você viva
Para que meu corpo -  –
Seu remédio -
Possa ser a cura de suas mazelas,
De suas faltas e ansiedades.

Eu quero que você viva por mim
Que durma e acorde
Esperando o dia de me provar,
E fazer de sua cura
O meu maior prazer.

Meu viciado predileto
Por quem a droga fez apaixonar-se,
E de mantenedora de dependência
Fez tornar-se dependente.


Flor de Lótus
27/03/09

domingo, 10 de outubro de 2010

Silêncio Perfeito


Silêncio noturno que tanto adoro
Suas luzes amareladas, dos postes
Refletindo a sombra projetada por meu corpo;
Andando pelas ruas vazias e inertes
Aproveitando toda a solidão
E o silêncio da natureza da noite.

Poucas pessoas arriscam-se nessa descoberta noturna:
Uns poucos que passam com seus carros
Desconfiados e com luzes ofuscantes
Observando-me com indagação nos olhares;
E remotos felinos que soltam seus gritos de cio
Frequentando os telhados em brigas
Ou correndo nas esquinas escuras.

Continuo meu percurso pelas ruas despovoadas
Sentindo o ar frio que levemente me cerca
Ouriçando todos os poros do meu corpo;
Gosto da sensação dos meus cabelos frios
E da resta que eles formam nas calçadas
Enquanto o vento os balança.

Gosto da sensação de existência única
Da tranqüilidade em sentir algo que não fala
Mas me ouve secretamente;
Observando o céu de um negro azul-escuro
Com algumas estrelas que se arriscam a aparecer
Compartilhando o espaço celeste com a lua.

Meu divã é a noite e seu silêncio
Um silêncio perfeito
Onde a alma se revela através das expressões;
Palavras são desnecessárias e inexistentes
Pois são facilmente manipuladas.
Eis o silêncio perfeito: o dos olhos.


Flor de Lótus
Outubro 2010

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ferida


 
Você permitiria que eu cortasse sua pele
Para provar o quanto você me ama?
Eu prometo que seria enquanto você dorme
E isso pareceria um sonho ruim
Assim como você faz da minha vida.

Isso poderia me salvar
Ou pelo menos partiria minha dor ao meio.
Eu não seria o único a sangrar
Eu não seria o único a chorar
Todas às vezes que tenho de tocar nesta ferida.


Mas acho que você não saberia
Lidar com essa situação, tão melhor
Do que eu não consigo,
Porque é quase que impossível
Sonhar todas as noites
Depois dessa ferida.

Não sei quem pode realmente me salvar
Eu gostaria de um toque angelical
Que cicatrizasse minha ferida
Porque ela está além da pele
Está intrínseca em minha alma.



Flor de Lótus
29/07/10

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sobrevivência


Sobrevivendo as tempestades
Tombando mas não caindo,
Caindo mas rapidamente se levantando
Sozinha nessa tempestade de sensações:
Assim me sinto
Assim me edifico.

Saindo da podridão natural
Busco submergir de toda essa saudade
De toda essa falta de apoio,
Essa solidão estranha
Que entra pela minha entranha.

E se olho para o lado eu vejo as mãos
Da própria que me segue – a solidão
Desde os primórdios de minha racionalidade,
Desde o nascimento de meu julgamento
Para me impedir de ser só.


Flor de Lótus
01/07/08
Aquele que sofre


Quantos passam fome
E quantos esbanjam:
Infames!

A tarde aos poucos se esvai
E toda tragédia surge
Ressurge.

As ruas então vazias
Se preenchem,
As calçadas tornam-se
Abrigos:
Onde não há abrigo.

Como sorrir assim?
Vendo o choro do outro?
A dor de quem pede
Em mim se remete.

Dias sem sentido
Insentidos
Perseguidos
Pela dor
Falta de amor.

Quantos dentes à mostra
Suprem a lágrima que esborra
Daquele que sofre?


Flor de Lótus
20/10/08
Lua


O fogo crepita
Enquanto sua luz clareia
As árvores do quintal,
Ela decresce lentamente:
Mas traz paz e companheirismo.

O vento balança as folhas
Então ouço a maresia do mar.
Visões abstratas são provocadas
Quando as chamas da vela flamejam:
Barulhos irreconhecíveis.

Algo se externa da alma
Quando sua luz me ilumina.
O céu está abstinente nuvem agora
Mas Ela fala algo para mim:
Algo inaudível até então.

O céu também encontra-se sem estrelas
E Ela, solitária como eu
Logo irá se pôr dos olhos humanos.
Há algum significado
Alguém por trás desse estereótipo:
Um ser completo e imortal.

Ela está observando o mundo
Estamos refletidos em suas crateras.
Ela aos poucos despede-se de nós
Como quem já cumpriu seu dever:
Qual será o meu?


Flor de Lótus
14/09/03
Desconstrução


A vida nos prega algumas peças, é incrível como certas coisas se desencaminham de forma tão inesperada. Você tenta fazer tudo da melhor maneira possível, para evitar que certas outras coisas ocorram, e aí vem alguém externo à você, e faz com que elas desencaminhem de tal maneira, que você quase deseja ter provado de certos prazeres, já que o resultado viria independente de suas ações e escolhas.

Outra coisa facilmente perceptível à mim agora é que, ninguém é tão insignificante o suficiente para que não mereça observância e indagação. Afinal, o que o é para um, não da mesma forma o é para outro, sabendo-se só de si mesmo, e, dependendo do estado mental do sujeito, nem de si mesmo se sabe, que diria do outro.

A mente humana é tão fraca e pode ser tão mutável, situações ontem fixas, são hoje tão insignificantes, tão insalubres, tão desnecessárias. Nada como um dia após o outro – não sou exatamente chegada à clichês, mas bem, se eles existem e viram clichês, é porque favorecem a nossa realidade, desde a mais massacrante até a mais simplória.

Os sentimentos nos tornam escravos de nós mesmos, controlá-los é quase que impossível. Mas às vezes, depois de todas as lágrimas terem sido expostas, depois de toda a dor se tornar “normal” ao ponto de passar despercebida, ou de o seu grau de intimidade ser tanto ao ponto de nem senti-la mais, você então consegue manter o domínio.

A sensação de vazio pode ser uma das piores, pois sem identificação do sentimento não há como tentar revertê-lo, não há como redirecioná-lo, diminuí-lo, extingui-lo, expulsá-lo. A sensação da não-sensação, da imobilidade, da incerteza, e ao mesmo tempo a certeza do incerto próximo, é agonizante, desgastante, chega um momento que você se olha no espelho e acha que não vai mais aguentar dar o próximo passo.

Mas então um dia, você simplesmente acorda e consegue sorrir, e passa a observar coisas ao seu redor, que estavam antes invisíveis aos seus olhos. Percebe quantas outras pessoas existem, que estão ao teu lado sempre, e que dividem as suas alegrias e as suas tristeza, e estas sim, não exatamente extorquem nada de você, apenas a sua presença, suas palavras de conforto, seus sorrisos, sua força, a divisão do “eu” que você é.

Nesse dia você percebe que o vazio tem seu lado positivo, pois te deixa um pouco mais sensível (assim como a tristeza), o que te faz observar melhor o mundo ao seu redor, e o quanto há pessoas em situação pior que a sua. E ao mesmo tempo em que você está fraca, você possui uma força inimaginável dentro de si, pois sua dor parece tamanha, que nada mais parece extravasá-la, e todas as outras mazelas parecem insignificantes.

Mas infelizmente, a solidão da noite te traz recordações tão próximas, tão íntimas que foram retiradas de forma tão violenta, tão inesperada, que não te deram tempo de preparo. Porém as lágrimas noturnas, as músicas downs, os soluços e os cacos de vidro sendo enfiados re-enfiados e novamente enfiados em seu coração, felizmente desaparecem com o sono, e você pacificamente dorme, ao menos você realmente consegue dormir tranquilamente.

Então mais um dia nasce, o sol brilha e te esquenta a alma, a chuva cai e te limpa a alma, basta apenas observar os sinais, senti-los, persegui-los. E nesse novo dia, você percebe o muro que existe entre você e o mundo, e o quanto você está protegida dele, e forte, e segura, e nesse momento, agir com certa “repugnância” torna-se “quase fácil”, desde que você tenha um objetivo a ser alcançado.



Flor de Lótus
2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sobre o porquê do sentimento


Estava eu à muito pouco tempo, assistindo um daqueles filminhos de comédia romântica, tipo água com açúcar, quando deparei-me com algo um tanto inusitado. O casal em questão (protagonistas do filme) estava às vésperas do casamento, e o melhor amigo, e também padrinho, do noivo, o indaga sobre os motivos de ele estar se casando com “aquela” mulher, no sentido mais puro de – A escolhida. Ele espantado pela inesperada pergunta, diz que simplesmente não sabe responder, enrolando com algumas respostas vazias que lhe vieram meio que de improviso á mente. Seu amigo fica extasiado com a sua não-resposta.

Semana passada, ao conversar com um cara, que nem ao menos posso classificar como “conhecido”, um papo onde nada a respeito do tema foi citado, ao citar sobre seu ex-relacionamento, ele afirma que se pode dizer o porquê de não gostar de alguém, mas que o mesmo não é possível de quem se gosta. Como assim não se pode dizer o porquê de amar alguém? É fato que tenho minhas inconformidades mediante esta afirmação: discordo totalmente!

Bem, em ambos os casos, as afirmações surgiram de mentes masculinas, uma resposta feminina me parece bem-vinda. Muito embora, fiz o mesmo questionamento a um amigo meu, e este disse discordar da afirmação do meu “conhecido”, que tem-se sim motivos para gostar de alguém, de maneira que para ele, deve ter ao menos o mínimo de entrosamento e sensação de prazer ao estar com essa pessoa.

Não sei se é porque sou mulher e esse não-pensamento talvez se restrinja ao universo do sexo oposto, mas eu já havia pensado sobre isso, em relacionamentos passados. Poderia elencar motivos vários para ter escolhido “Ele”, mas será que o mesmo seria recíproco? Dessa mesma forma, sei todos os motivos dos términos dos relacionamentos, tendo total convicção de motivos, razões e porquês para minhas atitudes.

Ou seja, ao menos para mim, é totalmente possível descrever motivos para estar ou não com uma pessoa, na verdade, mais que possível, eles são imprescindíveis. Caso você nunca tenha feito essa pergunta a si mesmo, é sempre bom tentar, afinal, é bom saber o que responder caso a pessoa lhe pergunte um dia. E talvez, você encontre nela, qualidades nunca antes observadas, ou passe a valorizá-la mais de forma que isto o/a impeça de fazer algo pior para ter que descobrir.




Flor de Lótus
09/09/10
O Fator Verdade




O que sabemos realmente do conceito de Verdade? Que pergunta descabida – pode até parecer -, mas se adentrarmos suas possibilidades, veremos mais incógnitas que foram antes impensadas.



Conforme meu amigo de sempre, o Minidicionário Luft, Verdade está definida como “1. Conformidade com a realidade. 2. Veracidade. 3. Coisa verdadeira. 4. Exatidão. 5. Sinceridade.” Todos os conceitos vem bem à calhar, então olhemos minimamente com cautela cada um.



1. Conformidade com a realidade – o que se pode afirmar que é real? Como saber o limite entre sonho e devaneio? Entre desejo e acontecimento? Quem possui um ‘totem’ que confirme que o sonho já não é mais sonho? (Alusão ao filme ‘A Origem’)



2. Veracidade – o que é de fato verossímil? Algo que seja bem explicado pode parecer bem real, e até convencer, se os argumentos corretos forem usados.



3. Coisa verdadeira – o que pode ser verdadeiro para um, pode não o ser para outro. As interpretações são extraídas de vivências e dogmas íntimos, que derivam da cultura, etnia, religião, meio social, sexualidade e etc.



4. Exatidão – quem pode de fato ser exato? Quem pode ver tudo, estar em tudo? Ser Onipotente e Onisciente? Quem analisa todos os detalhes de uma determinada situação? Algum ser humano tem o domínio de um olhar tão observador e detalhado?



5. Sinceridade – esta, pode ser melhor descrita, mas ainda assim não é totalmente confiável. Sinceridade pode ser a omissão de coisas. Mentira é mentira, omissão? Pode ser para alguns, alguma outra coisa qualquer.



Deixando de lado todas as interpretações da palavrinha Verdade, provavelmente nossa ideia prima de sua definição, dirija-se diretamente à uma atitude, se tratando de um fato aparentemente real, teoricamente consumado, que relata algo acontecido, sentido, vivido... Porém, já pararam para se indagar se a verdade realmente existe?



Um fato é narrado a partir de um ponto de vista, e como próprio termo esclarece, depende de uma vista, e as vistas não são idênticas, únicas nem imutáveis. Cada visualizador verá um fato ocorrido de um ângulo, de uma forma. Um fato não acontece da mesma forma para cada pessoa que o vê, assim como não é sentido da mesma forma. Logo, o que é Verdade para um, pode não o ser para outro. Há divergentes pontos de vista, divergentes verdades.



Portanto, existe realmente Uma Verdade? Ou esta é apenas algo que convença de tão bem colocado, independente de sua fidedignidade ou não com o fato ocorrido?



Flor de Lótus
Agosto 2010

Vômitos Alheios Especiais:

  • Kiko Oliveira
  • O Corvo - Maurício Oliveira
  • Issac Roberto
  • Willy Anderson
  • Diego Herbert
  • Léo Azevedo
  • Anita Talassa - Analice Leandro
  • Diogo Bezerra
  • Pedro Lima

Momento Leitura:

  • Livros e Afins
  • Adolfo Caminha: A Normalista
  • André Vianco: Bento, O Vampiro Rei 1 e 2; Os Sete; Sétimo
  • Anne Rice: A História do Ladrão de Corpos; Violino; A Hora das Bruxas 1, 2 e Lasher - Trilogia
  • Ari Denisson: baroque.doc
  • Arriete Vilela: Fantasia e Avesso; Áridas paixões, ávidos amores
  • Augusto dos Anjos: Eu e Outras Poesias
  • Bram Stocker: Drácula
  • Carlos Nealdo dos Santos: O Pianista do Silencioso
  • Charles Baudelaire: Um Comedor de Ópio; As Flores do Mal
  • Chico Buarque: Budapeste
  • Christopher Paolini: Eragon; Eldest; Brisingr (Trilogia da Herança)
  • Clarice Lispector: A Paixão Segundo G. H.; Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres; Agua Viva; A Hora da Estrela; Um Sopro de Vida; Perto do Coração Selvagem
  • Dan Brown - Código Da Vinci; Fortaleza Digital; Anjos e Domônios
  • Edgar Allan Poe: Histórias Extraordinárias
  • Elizabeth Kostova: O Historiador
  • Elton SDL: Mentalmorfose
  • Florbela Espanca: Sonetos
  • Flávio Moreira da Costa (Org.): As 100 Melhores Histórias Eróticas da Literatura Universal
  • Frank Miller: Sin City - A Cidade do Pecado
  • Gabriel Garcia Márquez: Memória de Minhas Putas Tristes
  • Goethe: Os Sofrimentos do Jovem Werther
  • J. K. Howlling: Harry Potter e A Pedra Filosofal; Harry Potter e A Câmara Secreta; Harry Potter e O Prisioneiro de Azkaban; Harry Potter e O Cálice de Fogo; Harry Potter e O Enigma do Príncipe; Harry Potter e A Ordem da Fênix; Harry Potter e As Relíquias da Morte
  • J. R. R. Tolkien: O Hobbit; O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel; O Senhor dos Anéis - As Duas Torres; O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei
  • Joao Ubaldo Ribeiro: A Casa dos Budas ditosos
  • Joe Dunthorne: Submarino
  • Jostein Gaarder: Vita brevis; O dia do Curinga; Ei! Tem Alguém Aí?; Através do Espelho; O Mundo de Sofia
  • José Saramago: O Evangelho Segundo Jesus Cristo
  • Jô Soares: O Xangô de Baker Street; O Homem que Matou Getúlio Vargas; Assassinato na Academia Brasileira de Letras
  • Júlia Maya: O Despertar da Bruxa
  • Kai Hermann e Horst Rieck (recolheram depoimentos): Eu Christiane F., 13 anos, drogada e prostituída
  • Luís Fernando Veríssimo: As Mentiras que os Homens Contam
  • Lya Luft: O Quarto Fechado; A Asa Esquerda do Anjo; Reunião de Família
  • Lêdo Ivo: Ninho de cobras
  • Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas; Quincas Borba
  • Marcelo Rubens Paiva: Feliz Ano Velho
  • Maria Mariana: Confissões de adolescente
  • Marion Zimmer Bradley: As Brumas de Avalon - 4 volumes; A Casa da Floresta
  • Marquês de Sade: A Filosofia na Alcova; Contos Proibidos; Justine
  • Milton Rosendo: Os Moinhos
  • Neil Gaiman: Stardust
  • Nilton Rezende: O Orvalho e os Dias
  • Oscar Wilde: O Retrato de Dorian Gray
  • Ovídio: A Arte de Amar; Remédios para o Amor
  • Pauline Réage: A história de O
  • Paulo Coelho: Brida; O Diário de um Mago; As Valquírias; Na Margem do Rio Piedra eu Sentei e Chorei; O Demônio e a Srta. Pryn; O Alquimista; Onze Minutos; A Bruxa de Portobello
  • Platão: O banquete
  • Raven Grimassi: Bruxaria
  • Roger Shattuck: O Conhecimento Proibido
  • Sade: Filosofia na Alcova; Contos Libertinos
  • Sidney Sheldon: O Reverso da Medalha; A Herdeira; Juízo Final; Nada Dura para Sempre; A Outra Face
  • Stephen Chbosky: As vantagens de ser invisível
  • Stephen King: Carrie - A Estranha; A Torre Negra Vol. I - O Pistoleiro; A Torre Negra Vol. II - A Escolha dos Três; A Torre Negra Vol. III - As Terras Devastadas; A Torre Negra Vol. IV - Mago e Vidro; A Torre Negra Vol. V - Lobos de Calla; A Torre Negra Vol. VI - Canção de Susannah; A Torre Negra Vol. VII - A Torre Negra
  • Stephenie Meyer: Crepúsculo; Lua Nova; Eclipse; Amanhecer
  • Ágatha Christie: O Assassinato de Roger Ackroyd;Assassinato no Expresso do Oriente; Morte no Nilo; Morte na Praia;Um Brinde de Cianureto; Um Corpo na Biblioteca; Cai o Pano

Indicações Musicais:

  • A Mente
  • A-Ha
  • Adriana Calcanhoto
  • Agridoce
  • Alanis Morissette
  • Amy Whinehouse
  • Audioslave
  • Cachorro Grande
  • Carla Bruni
  • Cazuza
  • Celtic Woman
  • Cerva Grátis
  • Chico Buarque
  • Cindy Lauper
  • Coeur de Pirate
  • Coldplay
  • Cris Braun
  • David Bowie
  • Emilie Simon
  • Engenheiros do Hawaii
  • Enya
  • Epica
  • Foo Fighters
  • Gato Zarolho
  • Gothic Night
  • Joni Mitchell
  • Jorge Vercilo
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  • Lacuna Coil
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  • Legião Urbana
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  • Lisa Thiel
  • Loreena Mckennitt
  • Los Hermanos
  • Madredeus
  • Mallu Magalhães
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  • Mr. Freeze
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  • Oswaldo Montenegro
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  • Rita Lee
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  • Tulipa Ruiz
  • Wander Wildner
  • Within Temptation
  • Zeca Baleiro

Filmes Recomendados:

  • A casa do lago
  • A dama na água
  • A história de O.
  • A invocação do mal
  • A papisa Joana
  • A rainha dos condenados
  • Adaptação
  • Advogado do diabo
  • As brumas de Avalon
  • As vantagens de ser invisível
  • Azul é a cor mais quente
  • Bernie
  • Branca de neve e o caçador
  • Christiane F.: 13 anos, drogada e prostituída
  • Como esquecer
  • Constantine
  • Da magia a sedução
  • Delta de vênus
  • Detroit rock city
  • Dicionário de cama
  • Diário de um adolescente
  • Drácula
  • E aí, comeu?
  • Eclipse de uma paixão
  • Em luta pelo amor
  • Entrevista com o vampiro
  • Espelho, espelho meu
  • Fahrenheit 451
  • Garotos de programa
  • Gattaca
  • Henry & June
  • Histórias de amor duram apenas 90 minutos
  • Hoje eu quero voltar sozinho
  • Jovens bruxas
  • Laranja mecânica
  • Ligações perigosas
  • Malévola
  • Mama
  • Meninos não choram
  • Nosferatu
  • O Hobbit: uma jornada inesperada
  • O beijo de drácula
  • O guru do sexo
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  • O sabor da magia
  • O óleo de Lorenzo
  • Opium
  • Paper moon
  • Paul
  • Praia do futuro
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  • Se beber, não case! (3 filmes)
  • Sideways - entre umas e outras
  • Sin city
  • Smurfs
  • Submarino
  • Superbad
  • Tean America
  • The Doors - O filme
  • Trem noturno para Lisboa
  • Vanilla sky
  • Ágora