Doçura
Como é doce a felicidade, as lembranças dos momentos suaves, ainda que estejam agora no passado. Mas há sempre a certeza de novas possibilidades, de uma nova felicidade, de uma outra forma de senti-la, de poder ainda novamente adquiri-la.
Como pode ser suave a sensação da saudade, da re-querência de você, do seu cheiro, do seu corpo, do seu abraço, do seu beijo, ainda que depois de tanto tê-lo tido e sentido. E a sabedoria de que dias melhores virão, se tornarão, torna-se-ão, me tomarão.
Como saberia eu que deixar-me levar pelo destino me poria no que sempre desejei, de forma tão inesperada e inusitada? Receio fechar os olhos e ao abri-los você não mais lá estar, porque sei que depois desta sensação, o que mais pode ser real?
Compactei minhas memórias e me livrei dos carmas, fundi-me em você e me perco nas sensações, da leveza com a qual vivemos, sendo, somos. Onde estou eu? Me acho e me aperfeiçoo em você. Me sinto em sua pele, em seu toque.
Deixei que porte de mim fosse por você unida, sinto minhas células em erupção ao entrarem em contato com as suas. Eu poderia deixar-te, mas onde encontraria outrem que me permitisse esta sensação novamente? Eu busquei você nos sonhos mais ilusórios, na certeza – incerta – de que jamais te provaria, encontraria, não te acharia.
Você me prova a cada dia que certas coisas podem existir, acontecer e permanecer. Espero que não seja apenas mais uma certeza – incerta – que me toma a alma. Tenho mesclado racionalidade com irracionalidade, e todas as provas convergem para o mesmo resultado.
Sentir teu prazer dá-me uma sublime voluptuosidade, entrelaçar-me em teu corpo me aquece, sentir teus lábios torna-me saciada com sua saliva. O aroma de seu corpo atraí-me instantaneamente, faz-me precisar do seu contato, desejá-lo, imaginá-lo, buscá-lo.
Sei que se olhar para o lado, você estará lá, como tem estado sempre, desde que entrou em minha vida. Não sei até onde minhas ações merecem, não sei até onde minha imperfeição vai permitir, mas sei que não sei até onde posso medir, porque é além do que posso classificar.
Flor de Lótus
19/02/10
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