Uma nova parte de mim
Bem, tudo começo quando eu estava fazendo uma inspeção nos livros literários da Biblioteca do SESC, claro, estava rastreando toda sua coleção de Literatura Erótica, cujo muito me interessa, e observando outras questões, quando deparei-me com o livro A História sem fim. Exatamente, daquele filme lindo da infância de muitos na década de 90, cujo um dos personagens era um indígenozinho, chamado Artreio, se não me engano, cuja minha pessoa era apaixonadinha por ele.
Fiquei emocionada com a beleza do livro. Primeiramente suas folhas são amareladas, dando a impressão de antigas – na verdade o livro já deve estar lá a algum tempo -, não lembrei-me de observar a data de edição ou de classificação na Biblioteca. Na sequência destaca-se pela duplicidade nas cores das letras – adoro livros cuja fonte é diferente da comum Times New Roman, e que possuem letras coloridas, diferente da comum preta - em vermelha e verde. Como se não bastasse esses dois fatos, ainda possui desenhos, em cada capítulo.
Você deve se perguntar: ficou emocionada com isso? Pois bem, cada um com seu ponto fraco, um dos meus são livros, literatura e toda a gama de ânimo, fantasia e desenvolvimento intelectual que estes podem causar em um dado indivíduo. Adoro livros, sempre os adorei, desde meus primeiros aninhos de vida. Trata-se de um caso de amor, uma atração infinda, uma volúpia, um prazer. E agora, mais que isso, também uma profissão, algo que escolhi e abarquei como parte de mim, de minha personalidade e decisões.
Estou em fase de TCC, época em que todas as disciplinas se findaram, todos os trabalhos, dores de cabeça, cansaço excessivo, provas e o conjunto de ações que permeiam o ambiente Universidade. Nessa época você recorda de tudo, desde o início, e pensa: “Já cheguei aqui? Nossa”. É a hora em que rever tudo é identificar-se, ou não, com a escolha que fez, afinal, sua profissão faz parte de você, do que você é, ela também lhe identifica. É bom saber que fiz realmente a escolha certa, que eu não estava enganada sobre o que sou, o que quero.
Como já havia dito antes, leitura e literatura sempre foram meus fortes, sempre me foram assuntos de interesse, desde criança. Sempre li muito, tinha tanto interesse e aprendi tão rápido, que na alfabetização ensinava a meus coleguinhas de sala de aula, o que me rendeu ser passada de ano antes do seu término. Fiz minha formatura do ABC, estando já formada na Primeira Série do nível elementar. Como toda criança – ao menos creio que na época – lia muito gibi também.
Na sequência de minha vida escolar comecei a perceber o gosto pela literatura e livros, e quando era chegada a hora da decisão, apesar disso escolhi outra profissão: psicologia, a qual cursei meu primeiro vestibular, e não passei – graças aos Deuses do Olimpo. Gosto muito da psicologia, mas certamente haveria uma lacuna, que não sinto agora. Pensei em Letras, mas ensinar não era exatamente meu desejo.
Finalmente e casualmente fiquei sabendo através de uma dessas revistinhas vazias sobre o curso de Biblioteconomia, procurei maiores informações e me decidi por ele mesmo. Na terceira tentativa eu passei e, pra melhorar minha felicidade, em primeiro lugar. Não que isso acadêmicamente faça diferença alguma – fora você logo ficar conhecida -, de forma alguma me considero a melhor discente da turma, mas isso pessoalmente dá uma auto-estima, e é bom ter isso à favor nos momentos de queda, dúvidas, incertezas sobre si e sua real capacidade.
Finalmente eu passei por esses quatro anos, e é muito bom chegar ao final dele e estar certa da minha escolha. Tenho planos, desejos, visualizo um futuro na minha profissão. A cada dia descubro mais minhas aptidões, aquilo que me dá prazer em fazer, que alio felicidade e auxílio aos outros também, acredito que “um país se faz com homens e livros”, como disse Monteiro Lobato.
Não sei se poderia conceituar como sonhos, pois conversava certa vez com um amigo, no velho RU, tomando aquela velha sopa – da qual sinto até saudade -, e ele perguntou-me se eu tinha algum sonho, classificando tal, como algo “quase impossível” de alcançar, e eu lhe respondi que não, que tinha desejos, coisas que teria dificuldade de conseguir, mas não exatamente sonhos, ou algo tão difícil. Em contrapartida, ele afirmou que não se pode viver sem sonhos, mas definir o que se trata de um e outro, pode não ser tão fácil. Essa questão sonho-desejo merece mais afinco e profundidade, então, o assunto parou por aí.
Hoje, exatamente o dia de hoje, tive pensamentos, fiz planos, visualizei situações, que espero alcançar. Independente de defini-los como sonho ou desejo, espero que meus desejos-sonhos sejam mais que isso num futuro próximo. Espero que deixem de ser futuro e passem a ser presente.
Flor de Lótus
18/03/11
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