Faces da Morte*
As DORES e suas formas.
O MEDO e seus disfarces.
A MORTE e suas faces.
A Exposição que se encontra no SESC/AL, causou-me o reconhecimento desses três elementos citados, em destaque, acima.
A princípio, como porta-voz do que estará por vir, um esqueleto - o anfitrião.
Em seguida, carcaças de animais, como bois e vacas, me fazendo uma referência a seca. Olhos fundos, vagos, desanimados.
Continuando as cenas voltadas à morte: rostos sem identificação, bocas e dentes expondo dor e medo. Um grito surdo, mas ouvido em suas expressões.
Vida e morte parecem chocar-se, na busca extrema, dos rostos e carcaças expostos, pela sobrevivência.
Percebe-se o extremo do ser humano buscando forças através de faces hediondas, de lutas corporais para continuarem vivos.
Sente-se a dor e a tristeza. A desilusão, o esgotamento pela luta vã. Mas ainda assim, a tentativa.
O quanto percebe-se de morte, no que está estagnado para a eternidade, é sentido de vida, nesse conflito, nessa busca insana e violenta para ainda existir.
Demonstra, a partir de outra perspectiva, a luta diária de cada pessoa contra seus demônios íntimos.
A peleja contra os maus sentimentos com os quais deparamo-nos ao vivermos, ao relacionarmo-nos com outrens.
Finalizo com uma frase que parece cair perfeitamente, aos meus olhos, com a Exposição:
“Eu vi a cara da morte, e ela estava viva. Viva!" (Cazuza).
Flor de Lótus
Outubro 2011
*Texto sobre a Exposição do Sesc:
O insetiSismo