Essa mania danada que temos de tentar validar as sensações obtidas e divididas pela sua ‘quantidade’, no sentido mais palpável e (im)possível da palavra, visto tratar-se de sentimento, abstrações, portanto:
sentidas e não tocadas.
No máximo, quando dispersamo-nos disto, tentamos desqualificar o anterior, como se fosse possível apagar o sentimento passado, de forma a começar literalmente do zero a sentir 'certas coisas', que no fundo sabemos ser impossível:
pura auto-enganação.
Conversava com um amigo meu, uma conversa informal via msn, sobre este tema, e este disse-me que, esta mania de mensuração se deriva do capitalismo, e de se querer dar valor a tudo (de forma a tornar material e medível), porém, prefiro não entrar nestas questões sócio-políticas:
disso eu entendo nadica de nada.
Mas, independente de onde tenha surgido isso, é um fato que 'existe', e torna-se quase que impossível controlá-lo, esse poder maior que nos toma e se interpõe entre nós e nosso autocontrole:
se é que ele realmente existe.
E esse egoísmo amoroso de importar-se e desejar ser primeiro/único em tudo – ou quase tudo – tende a tornar-se cada vez mais insuportável. As pessoas surgem em nossas vidas, elas nos ensinam coisas – se formos espertos o suficiente para observarmos e aprendermos. Elas tem de surgir de algum contexto, tem de ter tido algo anterior:
Ou não?
Flor de Lótus
2010